Nesta terça-feira (28) é celebrado o dia mundial de combate às Lesões por Esforço Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o intuito de alertar a população e chamar a atenção das autoridades a respeito da importância de adotar cuidados e medidas preventivas contra lesões associadas à repetição de movimentos.

Segundo o IBGE, no Brasil, mais de 3 milhões de pessoas já tiveram a doença e os trabalhadores mais afetados são do sexo feminino, na faixa etária de 40 a 49 anos, com nível médio de escolaridade e do setor industrial. Dados de 2022.

Sobre as precauções às LER/DORT, é possível em parceria entre as instituições e servidores conhecer os motivos causadores de doenças e, em conjunto, se criar iniciativas de prevenção das doenças ocupacionais para promover um ambiente laboral saudável.

Cristian Kotinda Junior, médico-laboral e servidor da Décima, dá algumas orientações fundamentais que podem minimizar estas lesões que são tão recorrentes no trabalhador brasileiro, mas que podem ser evitadas com boas práticas.

Prevenção

Entre as principais medidas estão a criação de hábitos de pausas regulares durante o período laboral (10 minutos a cada hora trabalhada é ideal), a alternância de atividades com outras tarefas que permitam variar as posturas, a alteração da forma de execução ou organização da tarefa. É recomendado, também, evitar horas extras e sobrecarga mental. Além disso, o conforto no ambiente de trabalho, principalmente com a utilização de mobiliários ergonômicos, é fundamental.

Uma alimentação saudável, com alongamentos e atividade física são essenciais. Lembrando que a realização de atividades físicas extenuantes ou de maneira incorreta podem gerar sobrecarga ao sistema musculoesquelético e causar lesões. A própria ginástica laboral é uma boa opção antes da jornada. Por fim, longos períodos no computador, jogos de videogame ou celular também podem ser prejudiciais devido à má postura e os movimentos repetitivos. Tem que ficar atento aos próprios comportamentos para evitá-los ou corrigi-los.

Sintomas, e agora?

Os osteomusculares podem ser decorrentes de diversas condições que não necessariamente relacionadas às atividades laborativas. Muitos distúrbios reumáticos, imunológicos, hormonais, metabólicos, ortopédicos, neurológicos ou infecciosos podem ser responsáveis por sintomas que simulam um distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho. Portanto, é importante procurar um médico generalista para uma avaliação inicial. Se necessário, este profissional encaminhará ao especialista para estabelecimento de um diagnóstico e da adequada estratégia terapêutica. O médico do trabalho, por sua vez, avaliará as condições de trabalho e estabelecer o nexo (ou não) da lesão com as atividades desempenhadas e tomar as medidas necessárias.

Tratamento

Sendo feito o diagnóstico correto, o tratamento varia conforme a etiologia e gravidade do caso e consiste em medicações orais, fisioterapia, uso de órteses e, dependendo, repouso com afastamento do trabalho e/ou readaptação para outra função. Em alguns casos podem ser necessárias infiltrações de medicamentos diretamente nos tecidos acometidos e cirurgia.

A iniciativa é do Programa Trabalho Seguro, conduzido regionalmente pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional (Getrin-10).

Mais que evitar lesões, o trabalhador tem que estar seguro.

Fonte: TRT 10ª Região